sexta-feira, janeiro 19, 2024

Os ladrões do tempo

Arte @António Rodrigues

A VIDA é feita de momentos, instantes, insights, entre 1000 outras coisas. 

O TEMPO é uma ilusão, uma necessidade nossa, uma prisão. 

Nosso grande desafio, portanto, é gerir a VIDA ao longo do TEMPO que o Mistério (Deus) nos concede aqui nesta nossa NAVE, que é o Planeta Terra, em constante (e acelerado) movimento no Universo. Giramos ao redor do Sol a uma velocidade média de 29,9 quilômetros por segundo. Nossa nave querida...

E você? Como está a gerir seu TEMPO de VIDA por aqui? Quanto tempo dedica a você? Aos outros? À internet? Ao trabalho? Ao lazer? Á família? Aos amigos? Á saúde? À espiritualidade? Aos afazeres do dia a dia? Aos planejamentos? Á leitura? À alimentação? Às atividades ao ar livre? Às compras? Aos sonhos? 

Sim.. essa é apenas uma pequena listinha de tarefas e todos nós, sem exceção, somos chamados a lidar com tudo isso que escrevi e muito mais, ao longo do dia, da semana, dos meses e dos anos. 

Como você está a equilibrar os pratos dessa balança na sua vida? Em geral, a gente se perde ao tentar dar conta das urgências e das prioridades, deixando de lado as coisas importantes. 

Hoje vi um pequeno vídeo da psicanalista e escritora Maria Rita Kehl, citando o crítico literário, tradutor, filósofo e sociólogo alemão Walter Benjamin, sobre a diferença que ele traça entre a vivência (viver o dia a dia) da experiência (quando a gente consegue analisar as vivências e sentimos vontade de escrever sobre elas), 

O que acontece é que quando estamos mergulhados nas nossas vivências do dia a dia, não abrimos espaço para as experiências. 

Quando aceitamos todos os convites (coisa que eu fazia quando morava em São Paulo) talvez por "medo" de recusarmos e a pessoa que nos convidou deixar de gostar da gente, e não por vontade real de fazer aquilo, estamos a ceder aos "ladrões do tempo". 

Mas quem são esses ladrões do tempo? Além das atividades que não nos apetece fazer, nem preciso dizer aqui que o telemóvel / celular e as redes sociais que nos seguem por todo lado são os principais ladrões do nosso tempo, a quem entregamos os nossos preciosos minutos e horas por livre e espontânea vontade. Ou talvez por inércia. 

YouTube, Facebook, Instagram, WhatsApp, Netflix, TikTok, Threads, Pinterest, apps diversos... Nossa vida virtual é rica em siglas e nomes de empresas que sabem muito mais a nosso respeito do que nós mesmos. 

O autoconhecimento fica relegado a 125o. plano. E seguimos como robôs, diante de telinhas e telonas (que aqui se chamam ecrãs), nos encaminhando para precipícios prontos a engolir as nossas almas. 

O que você faz para lidar com esses "ladrões do tempo"?  Ou você entrega alegremente seu precioso tempo a eles, em busca de likes e de audiência, deixando para trás a sua vida REAL, ou seja, a VIDA OFFLINE? 

Você faz o que ama com que frequência? Aliás, o que você ama fazer (offline, é claro)? Será que você é daquelas pessoas que adia aquilo que ama, distraída (o) que está correndo atrás desses "ladrões do tempo"?? 

Reflita por um instante e responda para você mesma (o): quem está a levar a melhor nessa guerra entre a VIDA e o TEMPO? 

Eu estava a aprender italiano num desses aplicativos fofos, cheio de personagens fofos, achando que estava fazendo uma grande coisa. Até que eu cheguei em primeiro lugar na divisão mais alta da hierarquia da competição (sim, no fundo é uma competição) que lá existe, com pessoas que não somente não sei quem são, como nem mesmo sei se elas existem de verdade. Provavelmente não são pessoas reais. Eles inventaram baús de recompensas, que devem ser abertos em horários específicos do dia, de manhã ou à noite, e isso começou a exercer uma pressão em mim, CDF que sempre fui. 

Tanto que perdia horas ali, achando que estava simplesmente estudando italiano, quando, no fundo, no fundo, eu estava a dar audiência para anúncios e lutando para não ser "rebaixada" de divisão! O curso é um labirinto sem fim, é repetitivo, avança muito devagar, para que os "alunos" fiquem presos e passem cada vez mais TEMPO ali. Quando percebi quão maquiavélico é aquilo, deletei imediatamente o app do meu celular e sobrou TEMPO para escrever este texto que também não é nenhuma maravilha, mas pelo menos pode ser que ajude mais alguém a abrir os olhos. Embora este texto esteja justamente na internet, plataforma onde, teoricamente, "todos" teriam o potencial de acessá-lo, nesse meu velho blog. 

Mas sabemos de antemão que os tais algoritmos cuidarão bem para que ele fique bem escondidinho atrás de um URL obscuro, ainda mais porque citei os nomes das poderosas empresas que tudo sabem e tudo veem.  

Mesmo assim, vou compartilhar este link no Facebook, para avisar minha meia dúzia de leitores que tem texto novo por aqui. Caso não faça isso, é capaz de não aparecer viv'alma por aqui, ou como se diz aqui em Portugal, capaz de ninguém pôr aqui os pés. 

Hoje, todo mundo pode criar conteúdo, o que parece uma coisa muito boa. Mas quando a gente observa de perto, enxerga que a internet virou um repositório de superficialidades sem fim. Tem coisinhas fofas e interessantes, como o vídeo da Maria Rita Kehl, que citei. Mas tem uma imensidão de vídeos bobos, desnecessários, coisas idiotas e sem sentido. 

Esse conteúdo infinito só é mesmo capaz de criar uma coisa muito perniciosa: a famosa ansiedade. 

Por isso, minha amiga, meu amigo, não caia na nessa rede perversa. Crie a sua estratégia de lidar com os "ladrões do tempo". Faça as suas escolhas de forma consciente. Descubra o que te faz se sentir livre. Use seu tempo para criar as suas experiências e não fique nessa coisa rasteira das meras vivências cotidianas. Torne-se artista, crie suas próprias obras de arte. Acredite em si mesma (o). Use a tecnologia a seu favor, com parcimônia e responsabilidade, se deseja ser dona (o) da sua liberdade, do seu tempo, da sua vida. 

Pense nisso e deixe seu comentário, mas lembre-se de me dizer o seu nome, porque eu permito comentários anônimos, para facilitar, mas está cheio de gente que comenta e não me diz quem é. 

Paz, amor e saúde e até o próximo post!

domingo, janeiro 07, 2024

Inverno amarelinho

foto @António Rodrigues

Aqui em Portugal, na zona onde vivo com o meu marido, no inverno a paisagem é dominada por uma florzinha amarela, a azedinha, que conheci quando morei no Algarve. Ainda não sei se ela cobre todo o território português ou não. Disseram que este ano ela floresceu mais cedo. Como este é ainda apenas o meu segundo inverno europeu, não sei bem qual é a época "certa" dessas florzinhas surgirem. 

Mas aqui agora é assim: em uma simples ida ao supermercado, que fica em Óbidos, a gente se depara com campos cobertos pela cor amarela, que, a propósito, é a minha cor favorita, desde quando eu nem sabia pronunciar a palavra direito, segundo me contaram. 

Então, uma pessoa que ama o amarelo é colocada pelo Destino a viver em um lugar (sítio) onde o amarelo pontua o verde da paisagem de alegria. Para mim, parece cenário de filme ou de contos de fadas. Parece que a Chapeuzinho Vermelho e o Lobo Mau vão aparecer logo ali, ao dobrar a estrada. 

O céu poderá estar azul ou cinzento, já que o inverno também é época de chuvas por aqui. O casamento da chuva e do sol geralmente resulta em um estupendo arco-íris no céu. E as casinhas, todas fofas, parecendo aquelas que as crianças costumam desenhar, sabe? Uma porta ao meio, uma janela de cada lado e o telhado em duas águas. Poucas têm mansarda (aquela janelinha do sótão, que eu amo), mas algumas têm. 

Claro que nem tudo são flores, mas uma boa parte é sim. A vida segue macia, suave, sem ansiedades, sem trânsito, sem poluição, sem violência. E eu apenas agradeço ao Mistério, ao Divino, a Deus, aos anjos e à Vida, com V maiúsculo. 

     

sábado, dezembro 02, 2023

Você conhece as azevias?

Uma aldeia portuguesa

Elas podem ser feitas com recheio de batata doce, grão (que é como os portugueses chamam o grão de bico) ou de abóbora gila (uma espécie de abóbora que só tem aqui). Elas parecem risoles (que aqui são chamados de rissóis), mas são doces. E são típicas do Natal. Assim como a deliciosa broa castelar.  

Hoje provei a azevia de grão (amei!) e um doce chamado Reguengo Grande no cafetaria Natinhas do Céu, que fica justamente em... Reguengo Grande, aqui do lado de casa. Fiquei feliz porque a ideia de ir nessa cafetaria foi minha e é um encanto! Está toda enfeitada para o Natal com árvores feitas de madeira, muito singelas. Deu sorte, porque até agora todos os lugares que eu havia conhecido por aqui me foram apresentados pelo meu amor, que mora aqui há 18 anos e ainda não tinha ido nesse local.

O doce que leva o nome da aldeia é feito com maçã reineta (típica daqui também) e amêndoas. É uma delícia, uma gostosura! Ele vem embrulhadinho em papel, um capricho.   

Descobri tanta coisa nova nesse meu primeiro ano aqui!! Sabe a fonte da juventude? Então... Aqui é como se eu tivesse voltado à infância, porque é uma profusão de tanta novidade... São palavras, doces, comidas, músicas, caminhos, reflexões... tudo novo. São emoções completamente novas na minha vida. Tudo isso faz com que eu me sinta mais VIVA do que nunca. 

Mas não pense você, leitor abstrato para quem eu escrevo aqui, que foi tudo um mar de rosas, porque mares de rosas não existem. A vida é feita de altos e baixos e os baixos fazem com que a gente valorize ainda mais os altos. 

Mas no dia de hoje, quando "descobri" essa nova cafetaria que se tornou imediatamente a minha favorita aqui da nossa região (fica a 10 minutos de casa), eu me senti tão feliz e realizada que tive de vir aqui escrever sobre as azevias, as descobertas, as pequenas aldeias e suas ruas estreitinhas e enviesadas, suas casinhas fofas, é tudo tão lindo, tão delicado, tão arrumadinho, tão ... 

"Minha" aldeia é assim também. Linda, fofa, cheia de casinhas lindas, uma mais linda do que a outra...

Eu canto no Coral das Caldas da Rainha e me sinto integrada e acolhida aqui. Cantamos ontem (dia 1/12/2023) e vou cantar de novo no dia 9/12/2023) o repertório de Natal no Parque Dom Carlos I, em Caldas da Rainha. 

Se eu fosse contar tudo de maravilhoso que tem acontecido por aqui... Ontem, por exemplo, depois da apresentação fomos a uma casa em Óbidos que resistiu ao terramoto (aqui é assim que se escreve) que destruiu muito do País em 1755. Nessa casa mora um casal de "cantadores" do coral e eles ofereceram um verdadeiro banquete recheado de mais delícias portuguesas, como o famoso caldo verde, e as farofias, que eu adoro, entre muitos outros quitutes igualmente deliciosos.  

E eu apenas agradeço infinitamente esse momento da minha vida.  

Quer a receita da azevia? Tem link aqui!

domingo, outubro 29, 2023

Parabéns e feliz aniversário ao meu querido blog!


Olá, querido leitor.

O Consulta Sentimental completa 20 anos hoje. Há 20 anos eu resolvi lançar meus serviços de consulta sentimental para o Universo. No começo, algumas pessoas totalmente desconhecidas apareciam aqui para se “consultar” e era engraçado. Nunca deixei ninguém sem resposta (pelo menos, não intencionalmente). Hoje também é a véspera do aniversário de um ano da minha nova vida aqui na aldeia, como já contei aqui no blog

Depois, o espaço foi sendo usado pelas minhas reflexões, reclamações, pelos meus textos que tinham que sair por algum lado. Toda pessoa que escreve gosta de ser lida. O António (meu amor - na foto antes de nos conhecermos) diz que é ego. Eu não acho. Acredito em “inspiração” e talvez aqueles nossos pensamentos desencontrados possam vir a ser úteis a alguém. Fora que o mero exercício de escrever tem todo esse poder curativo e de clarear as ideias e eu continuo aqui, a escrever, mesmo quando estou muito ocupada fazendo coisas mais importantes, faço uma pausa e venho aqui.

O que é mais importante? O que é viver? Para mim, tem a ver com o SER e não com o TER e cada vez mais tenho a certeza absoluta disso. Embora eu esteja na fase mais introspectiva da minha vida inteira, ainda sinto esse impulso, essa vontade incontrolável de escrever.

E hoje, 20 anos depois de quando publiquei a letra daquela música da Rita Lee que ainda adoro, Amor e sexo, eu não poderia deixar de vir aqui para celebrar esse aniversário incomum, improvável e completamente desimportante.

Mas por mais que eu ainda goste da música da saudosa Rita Lee, que foi cantar em outras paragens, eu tenho uma única coisa a declarar aqui no “meu” espaço: que amor e sexo, quando andam juntos, são do melhor que há. O ideal é tentar unir as duas coisas, porque aí sim funciona tudo às mil maravilhas, ignorando idade, menopausas, ruguinhas e gordurinhas a mais. Nada disso interessa.

Uma maneira de “comprovar” isso que eu digo é publicando aqui um trecho de poema Campo Aberto, escrito pelo mais lindo e talentoso poeta de todos os tempos, o meu marido, António Rodrigues, no livro A Fenda (2017).

... o que procuro no teu sexo

não é a rosa da sua substância,

as vibrações e o sal que temperam o fogo,

nem as naturezas que lá habitam

e cravam o seu esporão na carne.

............................................................................

Por fim, sempre por um fim

que é um princípio no infinito circular

o que anseio ao percorrer-te,

profundamente, o vazio pleno,

no centro do teu âmago,

é uma floração cósmica num campo amplo de ternura

que me tome como a um lobo, faminto e terminal,

no altar da natureza.

***

sábado, outubro 21, 2023

Sobre falar com as árvores, ou melhor, sobre saber ouvir as árvores, nossas irmãs


Em Nespereira, a conversar com um cedro do Líbano, plantado em 1646 (segundo a tradição)
Fotografia: @António Rodrigues
 

Sou filha única, portanto, não tenho seres humanos irmãos. Mas tenho as árvores como irmãs, e sempre que posso, abraço uma e tento “ouvir” o que ela tem a me dizer. Elas sempre me falam sobre contemplação, sobre observar e sobre o fluxo da vida em movimento, embora elas não se movimentem a não ser que o vento venha balançar seus galhos. Generosas, oferecem seus frutos e sua sombra, emprestam seu tronco para os musgos e seus galhos para os passarinhos fazerem seus ninhos. Mas elas são boas mesmo em purificar o ar que respiramos.

Ando na fase mais introspectiva de toda a minha vida, desde que me mudei há quase um ano para Portugal. Vim atrás do amor da minha vida. E tenho refletido muito sobre o Tempo, o Amor, a Vida e a Morte, as separações e uniões. Tudo isso que compõe a nossa vida, nosso dia a dia. Agora que estou na infância da velhice, como bem diz o meu amor, entendi que preciso ser mais seletiva do que nunca. E desde que comecei a me comunicar com as minhas irmãs árvores (lembrando que também somos irmãos e irmãs de tudo o que vem da Natureza, como pedras, flores e bichos), fiz algumas descobertas. Quando a gente encosta o ouvido no tronco de uma árvore, quase conseguimos escutar a seiva a correr do solo para as folhas mais altas. Ao refletirmos sobre a raiz das árvores, que em geral é equivalente à sua copa, conseguimos perceber sua energia e sua força.

De repente, eu me dei conta de que também nós, seres humanos, temos as nossas raízes simbólicas. Quando vim para Portugal, não pude trazer minhas raízes nas malas, que continham todos (ou quase todos) os meus pertences. Uma das minhas frases preferidas diz que “as melhores coisas da vida não são coisas”. Nós até compramos um avental, aqui perto, em Nazaré, com esses dizeres. Desconheço a autoria. Por isso, nunca me preocupei muito com as tais "coisas". 

Mas se deixei minhas raízes para trás, ganhei muito em troca: nunca me senti tão profundamente amada como sou hoje, e só isso compensa qualquer raiz que eu tenha deixado lá no Brasil. Não me arrependo de nada e se fosse escolher hoje, faria tudo absolutamente igual.

Só que hoje, ao ouvir o Arnaldo Antunes (com os Titãs) cantar “a gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte”, pensei no “meu” povo brasileiro, nas minhas raízes que gritam tão alto, de vez em quando, mesmo distantes fisicamente de mim. Meu povo... Eles invadem Portugal com uma imensa vontade de vencer na vida, ou simplesmente de conseguir viver uma vida um bocadinho melhor (como se diz aqui). Pensei nos imensos sacrifícios que alguns deles fazem para estar em um país europeu, do primeiro mundo. Pensei naqueles que vêm em fuga das péssimas condições que têm lá. Culpa de quem? De anos e anos de maus governos. Mas isso eu não quero discutir aqui.

Quero sim falar dos dramas humanos de tantos brasileiros e brasileiras que a gente vê por aqui em cada lugarzinho onde vamos. Eles estão por toda a parte, a fazer os serviços que os próprios portugueses não querem mais. Enquanto alguns portugueses vão para outros países europeus onde são mais bem pagos (sei de uma portuguesa que mora em Londres e de outro que mora em Amsterdam e trabalha com turismo), os brasileiros estão aqui nas limpezas, nos supermercados e restaurantes, em busca de um “lugar ao sol”, mesmo agora no outono e, em breve, no implacável inverno europeu, que exige agasalhos e sapatos muito diferentes daqueles que costumamos usar lá no nosso país tropical. Estão todos aqui, na luta por uma vida melhor, mais digna, mais completa, não só com comida, mas com comida, diversão e arte. É um direito legítimo, como bem expressaram os Titãs.

Ainda bem que nós não somos como as árvores, que não podem mudar de um lugar para outro. Eu me mudei. Muitos brasileiros também se mudaram para cá. Eu, por amor. Outros, por necessidade. Mas as nossas irmãs árvores simplesmente estão ali onde as plantaram ou onde brotaram naturalmente, com suas raízes e sua força.

Quando a gente as abraça e ouve a seiva a correr do solo pelo seu tronco até as folhas mais altas, a gente sente essa energia telúrica, e percebemos a sinfonia da VIDA em movimento, embora elas estejam ali paradas. Percebemos que o segredo da vida é justamente o movimento. E nós todos, todos os habitantes do planeta, sem exceção – ainda que não mudemos de país – estamos sempre em movimento, em direção ao que consideramos uma vida melhor, mais equilibrada, mais feliz.

Não leio mais jornais e nem vejo as notícias na TV ou nos portais de notícias na internet. Mesmo assim, as redes sociais me informaram que há uma “nova” guerra entre palestinos e judeus. E isso me entristece profundamente. Não sei dessa situação em detalhes e não me interessa saber quem tem razão. Só sei, e tenho certeza absoluta, de que a guerra não resolve nada. Só o que resolve é o AMOR. Outro dia, postei outra frase que eu adoro, desde sempre: “O amor é a resposta, não importa a pergunta”, também de autoria desconhecida. Ah, e como falta amor nesse nosso planetinha azul... Como é triste constatar isso, mas é a mais pura verdade. Como me sinto mal perante tanto mal... Só posso escrever e rezar. Peço que as pessoas que estão à frente desse combate irracional que se lembrem de cultivar dentro delas os sentimentos de amor e fraternidade. Não é grande coisa. Mas é a única coisa que está ao meu alcance agora.

Também tenho dedicado um tempo do meu dia ao estudo do tarot de Marselha. Ganhei o baralho do meu amor, quando estivemos em Aveiro, em direção à Arouca e depois Gerês. Sim, apesar de “reformados” (aposentados), nós nos demos férias. Estávamos precisando tanto... E recarregar as baterias junto da Natureza faz um bem danado. Caso você não saiba, todos temos direito a férias (mesmo aquelas pessoas que não estão a trabalhar por qualquer que seja o motivo). Mas este também não é o texto para falar das belezas de Arouca e do Gerês, a zona mais linda e de natureza mais pura de Portugal, na nossa opinião.

Voltando ao tarot, ele é um portal para o inconsciente e eu tiro uma carta dos 22 arcanos maiores por dia, estudo o seu significado e sinto a sua vibração. A de hoje foi a Temperança. Ah, como o mundo precisa de Temperança... Palavrinha quase fora de moda, mas que nos convida a temperar o gelado e o quente, até chegar ao morno, o equilíbrio ideal. E volto à maldita guerra. Pego minha varinha mágica, que recolhi em meio à Natureza, e invoco deuses e deusas a pedir que a Temperança inspire as “autoridades” em todo o mundo (e a guerra da Rússia e da Ucrânia, em que pé está?) a simplesmente pararem de mandar matar as pessoas, sobretudo as crianças inocentes. Não consigo compreender como neste ano de 2023, quando na minha infância eu achava que estaríamos todos a viver em um mundo tipo Jetsons, a humanidade ainda não aprendeu que o AMOR é o mais importante. Simples assim. Ah, se pelo menos eles “ouvissem” os conselhos das árvores...

quinta-feira, julho 27, 2023

A tortura do propósito


Eu mesma fiquei aturdida durante muito tempo com uma questão que hoje compreendo como falsa: a do propósito. A pergunta era: “Você já encontrou o seu propósito nesta vida?” Naquela altura, eu trabalhava em um emprego do qual eu não gostava e com o qual eu não me identificava, minimamente. Ganhava mal, ou menos do que eu acho que merecia ganhar, e me sentia impelida a mudar, a encontrar o meu “propósito” e a fazer algo que tivesse significado para a Humanidade, que fizesse a diferença. Que grande pretensão a minha!

Depois disso, tive oportunidade de fazer alguns trabalhos por minha conta que me deram a ilusão de que eu tinha, finalmente, encontrado o meu propósito. Fiz o workshop de escrita curativa, inventado por mim, e muitas coletâneas, em que dei a oportunidade a pessoas (especialmente mulheres) que gostariam de lançar um livro, de ter a experiência de participar de um livro “de verdade”, com ISBN e tudo. Muita gente gostou de participar, ganhei presentes, elogios, e me envaideci, durante um tempo, por supor que estava a trabalhar em concordância com o meu verdadeiro propósito.

Mas, aos poucos, fui percebendo que aquilo tudo era uma grande cilada. Eu quase caí na armadilha de achar que o meu trabalho tinha algum valor especial. Meu ego estava inchado e eu quase me achei especial, abençoada, iluminada. Foi duro constatar isso, mas foi bom, também. Cair na realidade pode causar arranhões ao ego, mas a verdade, nua a crua, sempre é melhor do que a mentira, bem-vestida e fantasiada de verdade.

Hoje, minha vida mudou. Moro em uma pequena aldeia em Portugal e a minha maior vontade é a de ficar offline a maior parte do tempo, fazendo sabe o quê? Vivendo. Vivendo a minha vida, junto da pessoa que eu amo e que tive a imensa felicidade de encontrar no meu caminho.

Hoje, não faz mais sentido essa conversa sobre propósito. Queria gritar aos quatro ventos: parem de procurar o propósito das suas vidas! Simplesmente vivam, quanto mais distantes das tecnologias, melhor!

Agora há pouco, no carro, a gente veio ouvindo uma música da Céu (Falta de ar) que diz assim:
“Pro ser humano, viver é pouco”. Essa frase me tocou e me estimulou a desempoeirar o meu blog e vir aqui escrever de novo. Viver é muito! Eu, do alto da sabedoria dos meus 65 anos, descobri uma coisa muito importante, que essa sim eu gostaria de dividir com toda a Humanidade: o nosso único propósito, aqui no planeta Terra, não é nada mais, nada menos do que vivermos a nossa vida, em toda a sua plenitude. Ver um pôr do sol à beira mar, aceitar o convite de amigos para o almoço, conversar com a neta por uma chamada de vídeo no Whatsapp, dormir e acordar todos os dias ao lado da pessoa amada, escrever aqui neste meu blog, sem a menor preocupação sobre quem vai ler ou não, quem vai concordar, ou não.

Acordar de manhã e fazer o que tiver de fazer com a melhor das boas intenções, procurar fazer o Bem, em todas as ocasiões e circunstâncias, para todos aqueles que são os nossos “próximos” (ou seja, aquelas pessoas que cruzam o nosso caminho, quer seja acidentalmente, quer seja na vida “real”, quer seja online, porque é inevitável, ainda, para mim, hoje em dia).

As pessoas mais difíceis eu considero os nossos verdadeiros mestres. São as pessoas que têm o poder de despertar o nosso lado negativo, a nossa sombra. Porque temos esse lado negativo também, e é melhor encarar, do que negar.

Assim que essas pessoas colocam LUZ na nossa sombra, ajudam a clarear esse nosso lado sombrio um bocadinho mais e isso é bom.

Nosso propósito nesta vida, portanto, é viver. Só viver, da melhor forma que conseguirmos. É preciso urgentemente descolar essa história do propósito do trabalho e/ou do empreendedorismo. Vamos admitir que o trabalho – como o próprio nome diz – vem da tortura. A palavra deriva do latim – tripalium – um instrumento romano de tortura, constituído por três paus aguçados, algumas vezes ainda munidos de pontas de ferro, usado contra os escravos. Daí derivou-se o verbo do latim tripaliare (ou trepaliare), que significava torturar alguém no tripálio. A comunidade linguística aceita que esses termos originaram no português as palavras trabalho e trabalhar, embora no sentido original o trabalhador seria o carrasco e não a vítima, como hoje em dia.

Enfim, toda essa conversa é para dizer que é uma treta essa história de propósito. Um peso, que tortura muita gente. Pare de se torturar com isso. Faça o seu melhor, que isso já basta. Se temos uma vida só, ou mais de uma, não vem ao caso. O que temos é o presente, como o próprio nome diz, um presente do Universo, do Mistério Sagrado, de Deus, para que a gente simplesmente honre esse presente maior que nos foi dado: a Vida. E que, em respeito aos nossos antepassados, que a gente VIVA e faça o Bem. Tão simples assim. 

domingo, maio 21, 2023

O último matrimónio


Estava outro dia a conversar com a minha filha pelo WhatsApp, para insistir com ela que venha ao meu casamento, na próxima segunda-feira. Ela está comprometida com um projeto no trabalho que exige dela total dedicação. Ainda assim, acho que conseguirá vir a este que, como eu disse a ela mais cedo, será “meu último casamento”.

Prestes a completar 65 anos de vida, eu jamais poderia imaginar que seria a “noiva” de novo.
Mas surpreendentemente (até para mim) é isso que está a acontecer na minha vida.

Minha amiga Priscilla, “bruxinha”, numeróloga, taróloga, consteladora familiar, psicanalista etc... bem que tinha me dito que eu me casaria novamente. Mas eu dei pouca importância a essa sua adivinhação, considerando que fosse uma situação totalmente improvável, impossível, impensável.

Mas eu estava enganada. O tal do Destino tinha outros planos para mim e conheci o “amor da minha vida” quando eu menos esperava. Fui fisgada pela flecha do Cupido. Quando ele me falou em casamento pela primeira vez, entrei em pânico. Tinha tomado a decisão de nunca mais me casar com quem quer que fosse. Mas isso foi antes de conhecê-lo. E de amá-lo. Profundamente, como eu o amo. E como – arrisco a confessar – jamais amei ninguém em toda a minha vida. E nunca fui tão amada, com tanta dedicação, com tanto carinho, com tanta atenção e delicadeza. Minuciosamente: é assim que ele me ama.

Já eu... sou bem mais destrambelhada e vivo falando por cima dele (o que o irrita e me entristece). O fato é que eu saí de São Paulo e da loucura daquela megalópole maior do que o meu novo país inteirinho, só pra ficar perto dele, pra dormir e acordar todos os dias ao lado dele. Pra fazê-lo feliz. Mas... São Paulo não saiu de dentro de mim. E duvido que algum dia sairá. Moro em uma aldeia, mas trago comigo a agitação de uma cidade desproporcional de tão grande. Uma cidade violenta, por um lado, mas que acolhe quem quer que seja que por lá chega em busca de “uma vida melhor”. Melhor? Não tenho tanta certeza.

Em São Paulo, só os fortes sobrevivem à sua poluição do ar e sonora, à sua violência, à sua falta de jeito com os seus moradores e visitantes, ao seu aspecto cinzento e duro. São Paulo não é uma cidade fácil. Mas não venha me falar mal dela. É a “minha” cidade, o berço onde nasci e eu até me dava mais ou menos bem com ela. Tirando as vezes em que fui assaltada. Mas essa é outra história.

Estou aqui para falar do meu último casamento desta vida terrena. Que será na segunda-feira, dia 22 de maio. Sim! Serei uma das “noivas de maio” e eu nem estava em busca desse título, que costumava ser tão aclamado, sonhado e desejado pelas moçoilas casadoiras. Nem mesmo me casar vestida de branco nunca foi algo importante para mim. E hoje me deparo com a expectativa de que essa data nos dê sorte. Estou cheia de esperança de que meu casamento seja feliz. Que uma nova era se inicie na minha vida, e na do meu marido.

Meu compromisso principal é dar a ele tudo de bom que ainda não ganhou nesta Vida. Estou totalmente focada em dar ao meu marido uma vida de amor, de paz e de saúde. Prometi a ele fazer tudo o que estiver ao meu alcance para atingir esse objetivo.

Estou prestes a me casar com o homem da minha vida e isso é mesmo muito emocionante.

Tanto faz a idade que temos.

Quero a alegria dos dias leves e calmos, o quentinho do sentimento de estar em casa, finalmente. Nossa casa é maximalista. Mas nosso estilo de vida é minimalista. Aprendi uma música aqui no meu novo Coral das Caldas da Rainha, chamada A gente vai continuar (de Jorge Palma) que aconselha: “Reduz as necessidades, se queres passar bem”. E subitamente descobri que sou rica. Muito rica. Para ser rica, basta gastar menos (porque assim sobra mais dinheiro) e reduzir as necessidades. Parece óbvio, mas muita gente se esquece dessa verdade tão clara.  

Além disso, me sinto rica por ter tido a ventura de encontrar a maior riqueza disponível a um ser humano que é um relacionamento feliz. Outro dia, estávamos passeando por aquela loja luxuosa de Lisboa, El Corte Inglés, e descobri que o que tínhamos não está à venda em nenhuma daquelas lojas de grife que existem ali. Isso sim é que vale... só o amor, o bom e velho amor.

O fato é que aqui está a minha mamãe, do alto dos seus 87 anos de idade, que vai ter a alegria de ver sua filhinha se casar com o homem que ela ama. Isso, por si só, já é algo espetacular. E a minha filha também poderá ser testemunha desse nosso ato de amor. Não é demais??

Sei que eventualmente gente da minha idade também se casa. Mas é um fato incomum e raro. Acreditar que nós, mulheres com mais de 60 anos, podemos ser felizes, que podemos amar e ser amadas não é uma coisa assim tão simples, depois de quase toda uma vida vivida em circunstâncias nem sempre tão favoráveis.

Mas não somos árvores... Para o bem e para o mal. Se você não está satisfeita com a sua vida, levante-se. Ande. E prepare-se. Porque algo de melhor pode te acontecer. Segundo o amor da minha vida, tudo está determinado pelo Alto, pelo Mistério, como diz ele. Mas a gente precisa se levantar e dar a chance ao Destino de agir na nossa vida. É isso que faremos ao dizer “sim” um para o outro na próxima segunda-feira.

Sou feliz! Até uma “despedida de solteira” eu ganhei, ainda quando estava em São Paulo, por iniciativa da minha amiga Rosângela Marcondes, a It Avó.

Sou uma pessoa extremamente grata ao meu Amor, à Vida, ao Destino, à minha família. A gratidão é o sentimento que preenche meu Ser.

E que venha o meu último matrimônio. Tenho certeza absoluta de que vamos passar juntos os dias que nos restam nesta encarnação. Que sejam dias de LUZ, de AMOR, PAZ e SAÚDE para aproveitar cada instante. Que os anjos sobrevoem a nossa aldeia e digam “Amém”! 

quinta-feira, abril 06, 2023

Um ano de amor ao vivo e em cores

Há exatamente um ano minha vida começou a mudar e, na altura, eu nem me dei conta disso. 
Conheci o grande amor da minha vida poucas horas antes da cirurgia que ele precisou fazer para recuperar a visão depois de um descolamento de retina. 
Ficamos afastados durante o tempo em que estive em Aix-en-Provence, realizando meu sonho de estudar a língua francesa in loco. Foi incrível! 
Nesse período, por telefone, ele falou a frase que mais tocou o meu coração: 
-- Você não está mais sozinha! 
Depois, no dia 22 de abril (ironicamente na data de descobrimento do Brasil), nos reunimos de novo (a foto deste post é a nossa primeira selfie juntos em São Martinho do Porto), mas eu tive que voltar para São Paulo e só nós dois é que sabemos como foi dura a separação. 
Finalmente, no dia 11 de setembro de 2022 ele embarcou para me buscar no Brasil. 
Desde então, estamos juntos 24 horas por dia, num amor sem fim, sem igual, sem medida nem limite. 
Juntos, somos fortes e podemos tudo. 
Se temos problemas? É claro que sim, senão não estaríamos aqui no planeta Terra onde tanto nos é vedado, ainda. Não sabemos o dia de amanhã. Não sabemos se teremos uns 20 ou 25 anos juntos ainda nesta encarnação. Esperemos que sim! 
Portanto, o que nos resta é viver o momento, viver o presente em sua plenitude. Mindfulness - é o exercício de cada dia. 
Hoje, é nosso dia de celebrar e de agradecer ao Mistério que uniu duas almas tão distantes, separadas pelo Oceano Atlântico e ainda assim tão próximas. 
Hoje é o dia de celebrar a coragem que eu tive de jogar tudo pro alto e de vir aqui para Portugal viver esse nosso amor profundo e verdadeiro. 
Quero deixar meu exemplo aqui. 
Com meus 64 anos, fiz uma mudança que poucas pessoas na minha idade têm a coragem de fazer e me sinto feliz, muito feliz, com a minha decisão. 
Portanto, jovens, acreditem. 
Acreditem em si mesmos e, sobretudo, acreditem no AMOR. 
Porque nunca é tarde para encontrar o amor verdadeiro e para ser FELIZ! 
Nossa missão agora é inspirar os mais jovens e dar esperança aos corações solitários. 
António, meu amor, TU és a minha maior inspiração.....

A M O - T E  MUITOOOOOO.....  

quarta-feira, março 22, 2023

Camadas de felicidade 2


Você pode se perguntar se a felicidade é deste mundo. Eu já me perguntei isso e cheguei à conclusão de que não. Mas calma, não precisa ficar triste. 

Atribui-se ao Einstein a seguinte frase: "Uma vida calma e modesta traz mais felicidade do que a busca do sucesso combinada com uma constante inquietação".

Eu não poderia estar mais de acordo. 

Estou em um movimento introspectivo de redução de estímulos de toda a natureza. Ainda sou considerada uma pessoa ansiosa, mas me sinto cada vez mais em contato com o meu Eu interior / superior e isso é algo grandioso, próprio desta fase da velhice em que me encontro (completo 65 anos em junho). 

É libertador ser velha! Desisti de cortar os cabelos curtinhos e adotei as trancinhas, em uma atitude revolucionária que equivale à da velhinha do famoso chapéu violeta (que já publiquei aqui no blog). 

Então, agora, adiciono camadas de felicidade no meu dia, como se fossem as camadas de cobertura que a minha madrinha Alayde, cozinheira de mão cheia, adicionava aos deliciosos bolos confeitados que ela fazia. 

Me contento com pouco... A saúde é algo fundamental. Sem ela, nada mais funciona. Mas eu e o meu amor brindamos diariamente ao Amor, à Paz e à Saúde -- trio poderoso, capaz de nos garantir a felicidade básica, a primeira camada. 

Na segunda camada, está a felicidade e a saúde de quem a gente ama: eu tenho meus pais vivos e saudáveis e essa camada de felicidade é esplendorosa. Agradeço todos os dias por ela. 

Na terceira camada, estão o meu filho e a minha filha, e também as minhas duas netas e o genro e a nora. É ótimo saber que estão vivendo o auge da vida, e que são pessoas do Bem. 

Na quarta camada está a Arte: nossas produções artísticas, nossos quadros, poemas e as fotografias do António. Tudo isso dá alegria e cor à nossa vida. 

Na quinta camada está o coro, onde comecei a cantar faz duas semanas e adoro! Cantar faz um bem danado para a Alma. Amo! 

Na sexta camada está a arrumação da nossa casa: sim, são coisas materiais, mas que têm significado para nós e dormir em uma cama quentinha com o amor da sua vida é uma das maiores dádivas que uma pessoa pode pedir (a Deus? Ao Universo? Ao Mistério??) 

Finalmente, na sétima camada (pode ser que existam mais camadas, mas vou parar na sétima porque é um número cheio de simbologia e de significados) está justamente o Mistério, o Eu Superior, o intangível, o inexplicável. E a sua manifestação no mundo, que é a Natureza (pra mim, no meu entendimento bem particular). 

Então, neste primeiro post de 2023 (e talvez o último), deixo aqui essa inspiração a quem quiser ler: adicione as SUAS camadas de felicidade no seu dia e você será muito mais feliz. 


quarta-feira, dezembro 21, 2022

Top 10 2022


Nós dois

Todo fim de ano eu faço esse exercício de reflexão: olho para trás e elejo o que de mais maravilhoso aconteceu naquele ano que está a terminar. Entro em uma energia de gratidão pela VIDA e de reconhecimento de que sou uma pessoa afortunada, não no sentido da fortuna material, é claro, mas da fortuna de desfrutar da VIDA em toda a sua plenitude e exuberância. 

Sem dúvida alguma, conhecer pessoalmente o amor da minha vida, o António, está no topo da minha lista. Nós nos conhecemos em 2021, mas pessoalmente, só em abril de 2022. Naquele mesmo dia, ele sofreu (literalmente) uma cirurgia para reverter um descolamento de retina. Resumindo, como não temos tempo a perder, estamos juntos, a construir o nosso lar, com muito amor, paz e desejosos de termos saúde para aproveitar tudo o que a vida nos oferecer nos próximos 20 anos. Temos planos e desejos, como todo casal jovem, mas nosso amor é maduro e forte para enfrentar todas as possíveis tempestades que venceremos juntos, daqui para frente. 

Mas vamos falar muito desse nosso amor, com mais detalhes, no livro que estamos planejando escrever juntos. 

Meu objetivo hoje, aqui, é fazer a lista das dez melhores coisas de 2022. 

1) ABRIL: Ter conhecido pessoalmente o António, o amor da minha vida. 

2) ABRIL: Ter tido a oportunidade de levar minha mãe a conhecer Paris, Bruxelas e Amsterdam. 

3) MAIO: Meu curso de francês em Aix-en-Provence. 

4) AGOSTO: A viagem do António ao Brasil (apesar dos percalços), com a ida ao Rio de Janeiro e a Caraguatatuba e Ilha Bela.

5) OUTUBRO: Minha mudança para Portugal. 

6) NOVEMBRO E DEZEMBRO: Visualizar a transformação do nosso espaço em um verdadeiro LAR. A transformação está em curso, mas eu a reverencio e agradeço. 

7) NOVEMBRO E DEZEMBRO: Ter conseguido ser mais parcimoniosa no uso das redes sociais. Para mim, foi um enorme ganho (e estou ainda em processo).  

8) DEZEMBRO: Ter tido a oportunidade de passar o aniversário da Biba com ela em Lisboa.

9) O ANO TODO: Ter realizado, pela minha editora Reality books, projetos individuais de livros e 3 coletâneas: A fé de cada um (31 autores), Pensamentos de gaveta (41) e Papo de cozinha afetiva (20) e mais uma -- Mães com filhos fora (24) -- no prelo, dando vez e voz a 116 autores, muitos deles estreantes na literatura.  

10) O ANO TODO: A minha saúde e a de toda a família - a agradecer muito!!!!